A Fundação do Desporto vai apoiar a participação dos gémeos Rui Oliveira e Ivo Oliveira no Campeonato Mundial Júnior de Ciclismo de Pista, que arranca no próximo dia 8 de Agosto, em Gwang Meyong, na Coreia do Sul.
Rui Oliveira e Ivo Oliveira, 17 anos, são os responsáveis pelas cinco medalhas conquistadas na história do ciclismo de pista português. Em 2013, Rui Oliveira foi vice-campeão europeu de scratch, em Sangalhos, e Ivo Oliveira conquistou a medalha de bronze na corrida por pontos do Campeonato do Mundo, em Glasgow. Em 2014, no Campeonato da Europa disputado na semana passada, em Sangalhos, Ivo Oliveira sagrou-se campeão europeu de perseguição, alcançando a primeira medalha de ouro para o ciclismo de pista nacional, e ganhou ainda a medalha de bronze na disciplina omnium. O seu irmão foi igualmente medalha de bronze na prova de scratch.
“O Rui Oliveira e o Ivo Oliveira são jovens atletas de elite, acompanhados pela Federação Portuguesa de Ciclismo desde os 7 anos de idade, com percurso, com resultados alcançados e com necessidade de apoio para que possam continuar a evoluir ao mais alto nível, junto dos melhores do Mundo. Nesta transição para a idade sénior, necessitam de apoio numa vertente – o ciclismo de pista – que coloca grandes exigências técnicas. O apoio da Fundação do Desporto impõe-se. É esta a nossa missão”, afirma o presidente da Fundação do Desporto, Carlos Marta.
A Federação Portuguesa de Ciclismo tem feito um grande esforço para garantir um projeto desportivo que leve os dois ciclistas aos Jogos Olímpicos de 2020. Até lá, todas as competições são decisivas. “O objectivo é chegar aos Jogos Olímpicos, numa vertente em que o ciclismo português nunca esteve presente e que é a vertente do ciclismo que atribui mais medalhas. Temos de fazer tudo para manter estes dois atletas entre a elite do ciclismo de pista. Esta é uma vertente que, não sendo profissional – temos muito poucos profissionais a nível mundial -, precisa de ser apoiada. Estamos perante grandes atletas, que nos últimos anos desenvolveram uma cultura desta modalidade, que têm carisma, que têm condições físicas inatas surpreendentes, mas que para competirem com os melhores do Mundo precisam das melhores condições técnicas e do melhor equipamento. Os atletas têm potencial, mas precisam de material à altura, pelo que este apoio da Fundação do Desporto é muito importante”, explica Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Na Coreia do Sul, Ivo Oliveira vai competir nas disciplinas de omnium e perseguição individual. Rui Oliveira alinha na corrida por pontos e em scratch. Os dois farão equipa na disciplina de Madison. “Temos como meta continuar o desenvolvimento desportivo dos dois atletas. Em termos de resultados, contamos discutir os lugares cimeiros em todas as disciplinas em que eles vão participar”, afirma o selecionador nacional de pista, Gabriel Mendes.
Naturais de Vila Nova de Gaia, Rui Oliveira e Ivo Oliveira iniciaram-se na Escola de Ciclismo Arca de Noé, correram depois na Escola de Ciclismo Venceslau Fernandes e mudaram-se para o Clube de Ciclismo da Bairrada. Aí, já enquadrados no Velódromo Nacional de Sangalhos, infraestrutura integrada no Centro de Alto Rendimento da Anadia, confirmaram todo o seu potencial. “Estamos num país que não podia pensar em lutar por medalhas no ciclismo de pista, mas a partir do momento em que surgiram as condições de trabalho, os resultados começaram a aparecer. Estamos a falar de dois ciclistas que dominam as competições de pista em Portugal e se o Centro de Alto Rendimento não existisse, não podiam chegar a este nível internacional”, considerou ainda Delmino Pereira.