A Fundação do Desporto foi instituída, por escritura pública, a 26 de setembro de 1995 pelo Estado português e, posteriormente, contou com os seguintes membros fundadores – Comité Olímpico de Portugal, Confederação do Desporto de Portugal, EDP, RTP – Rádio e Televisão de Portugal, Lactogal, Finibanco (Montepio), McCann Erickson Portugal e Câmara Municipal da Maia. No sentido de a fazer conhecer entre o grande público e atrair novos parceiros desenvolveram-se, desde logo, diversas ações de promoção e divulgação para fomentar o envolvimento da sociedade e o crescimento do património da instituição. Bom exemplo disso foi a Gala dos Campeões, organizada pela Fundação entre 1996 e 2002. A mediática cerimónia de distinção dos heróis do desporto português em competições nacionais e internacionais foi um dos primeiros eventos de maior destaque na esfera desportiva nacional e continua a reunir, anualmente, atletas de todas as modalidades, inúmeras personalidades influentes do meio, comunicação social e artistas.

Contudo, os primeiros anos de vida da Fundação do Desporto não foram um mar de rosas. Da sua implementação, à concessão do estatuto de utilidade pública, aferimento de verbas, entre outras prerrogativas, a organização enfrentou uma série de obstáculos que lhe dificultaram e custaram, não só, a concretização de objetivos, como todo o processo de afirmação e presença no mercado. A Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, a Galp, a Portugal Telecom, entre outras gigantes do tecido empresarial português foram-se associando à Fundação enquanto fundadoras e curadoras, no entanto, as dificuldades em levá-la a bom porto persistiram em detrimento da crise financeira então instalada. Face a esta conjuntura, quanto à atividade desenvolvida, registaram-se alguns apoios a atletas, federações e eventos, sendo que outros projetos mais ambiciosos acabaram por não se concretizar.

O ano de 2013 constituiu um marco de viragem para a Fundação do Desporto, classificada como “instituição de direito privado e utilidade pública”, aquando da aplicação do censo às fundações foi, ainda, incumbida da coordenação da rede nacional dos Centros de Alto Rendimento, por resolução do Governo. Este estímulo veio alargar o campo de ação do organismo e dar-lhe um novo alento em prol do desporto de alta competição.

Os Centros de Alto Rendimento representam mais do que meras infraestruturas destinadas à prática desportiva. A importância do investimento na requalificação dos CAR prende-se com um conjunto de valências cuja utilidade e benefícios revertem a favor dos atletas e das suas condições de treino e performance, bem como a nível da economia local, pois fomentam a dinâmica e o fluxo turísticos onde estes se encontram. Neste sentido, a Fundação criou um fundo destinado à otimização e manutenção destes centros, com o intuito de os projetar interna e externamente. Na sequência dos encargos adicionais delegados à organização, o plano estratégico levado a cabo pela comissão executiva impulsionou o reerguer da instituição, com particular destaque para o sucesso do projeto Internacionalização da Rede Nacional de CAR de Portugal, no âmbito do Portugal 2020.
A Fundação do Desporto ingressou, assim, numa “nova era” e continuará a abraçar novos projetos, protocolos e parcerias com entidades nacionais e internacionais com vista a elevar o desporto português em território nacional e além-fronteiras.

Cronologia

1995

Constituição da Fundação do Desporto, por escritura pública, a 26 de setembro (Diário da República – III Série, Nº265 – 16-11-1995).

1996

1ª Gala dos Campeões (organizada pela Fundação até 2002).

1998

Conceção do Estatuto de Utilidade Pública – Declaração nº 88/98 (2ª série) – nos termos do art. 3º do Decreto-Lei nº 460/77.

1999

Apoio aos atletas nos Jogos Olímpicos – Projeto Sydney 2000.

2000

Integração no Conselho Consultivo da Sociedade EURO 2004;

Adesão da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, Optimus e Páginas Amarelas;

2001

Adesão da Sonae, FIMA, Black & Decker, Galp e Portugal Telecom;

2002

Seminário da Fundação do Desporto sobre Arbitragem Desportiva impulsiona a criação do Tribunal Arbitral do Desporto;

2008

Contributo para as Novas Olimpíadas Especiais.

2013

Reconfigurada – Instituição Privada de Utilidade Pública, pela Lei Quadro das Fundações;

Atribuição da coordenação nacional e promoção internacional dos Centros de Alto Rendimento (QREN 2007-2013).

2014

Apoio a atletas nos campeonatos mundiais de Ciclismo de Pista e de Ténis de Mesa;

Cria fundo para o equipamento e manutenção dos Centros de Alto Rendimento.

2015

Projeto “Internacionalização da Rede Nacional de CAR de Portugal” é aprovado pelo Compete 2020;

Integra o projeto For a Clean and Healthy Sport – UNESCO;

Cria a plataforma InSportHealth, em parceria com a Universidade de Aveiro.

2016

Integra o projeto PsyTool – ERASMUS+;

É admitida na ASPC – Association of Sport Performance Centers.

2017

Integra a SIGA – Sport Integrity Global Alliance.